Gracejo

Não ria se te conto um segredo.
É um pedaço de mim se revelando.
Não brinque ao descobrir que tenho medo,
e não gargalhe do que estou te mostrando.

Quantas vezes brincando eu disse tudo?
E alguém sorriu e se desfez sem nem notar.
Que, pra cada uma brincadeira que eu fazia,
Outra verdade escapava sem vacilar.

E, se escuta, não deixe passar em vão.
Se atente em ler mais do que é falado.
Pois o que guardo, pelo sim e pelo não,
Fica aqui, selvagem mas trancafiado.

Quantas vezes sorrindo eu quis chorar?
E alguém passou e seguiu sem perceber.
Que, pra cada riso que eu, simples, sorria,
Outra verdade eu prendia sem dizer.

Não ria se te conto minha alma,
E um sentimento que me toma, aprisionando.
Não brinque ao perceber, cedo ou tarde
que os meus versos sou eu me entregando.

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Foto: Raquel Núbia

Raquel Núbia

30 respostas para “Gracejo”

  1. Eu adoro poemas com rimas tradicionais, rimas livres ou sonoridades que reverberam entre si. Mas poema, para mim, tem que ter uma sonoridade especial, tem que ser música para os ouvidos. Adorei o poema. E obrigado por seguir meu blog POEMA NOVO.

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