Filofobia

“Não sei exatamente por onde começar porque não sei definitivamente onde foi que começou. Aliás, ultimamente eu não tenho conseguido saber nem onde eu começo, nem onde você termina.
O que sei é que começa sempre com esse pensamento de querer o que você quer, estar onde você está, fazer o que você faz e estar o mais próximo possível de quem você é.
Será que existe um jeito de parar o resto do mundo pra multiplicar esse tempo tão pouco que temos pra nós? E será que existe uma forma de acalmar meus pensamentos, calar todas essas vozes que gritam no silêncio da minha cabeça?
Assim eu começaria de forma mais leve, a aproveitar tudo isso que a vida me deu. Essa felicidade, calmaria e tempestade, segurança e conforto, coração quente e acalentado, tudo isso em forma de uma só pessoa…
Quanto sentimento adormecido, esquecido nos medos de criança que agora voltam com toda força pra mostrar tanta fragilidade escondida sob uma capa de aço. E esse sorriso, assim meio sem graça, tentando ser contido quando sabe que a qualquer momento essa velha criança pode aparecer.
E então, o que começa é uma briga interna entre o que quero, o que posso, o que devo e o que consigo. E isso sim eu já sei como termina.
Por que não dá simplesmente pra seguir os dias com os sentimentos em equilíbrio sem nenhuma ebulição ou congelamento? Porque começo a achar que nunca serei capaz de encontrar a paz em forma líquida… Me parece sempre um extremo. E de extremos eu entendo muito mais do que gostaria de entender.
Porque, pra mim, não existe um meio termo, um meio caminho, um meio sentimento, um meio amigo, e quando as coisas começam a ficar pelo meio, eu é que vou ficando pela metade.”
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Raquel Núbia

3 respostas para “Filofobia”

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